Ano de Produção: de 1980 a 1984 (220 episódios).
Cores.
Companhias Produtoras: Rede Globo.
A série O Bem Amadofoi um dos grandes sucessos da tevê brasileira. Oriunda da telenovela de mesmo nome de 1973, a primeira a cores a ser exibida no Brasil, O Bem Amado conseguiu índices de audiência tão expressivos, que era inevitável que o programa tivesse um retorno às telas. Como o próprio autor afirma a série não era uma continuação da telenovela, embora os personagens e grande parte dos cenários fossem os mesmos. A série escrita por Dias Gomes, estreou no dia 22 de abril de 1980.
O Bem Amado era uma sátira, bem construída e encenada, aos políticos corruptos e a vida cotidiana interiorana. Sua fotografia litorânea, filmada no Rio de Janeiro (mas com uma história centrada na Bahia) era de encher os olhos e seus personagens bem caricatos possuíam uma riqueza de comportamentos que transformava cada um deles numa imortal figura da história da nossa televisão.
O que fazia da série um sucesso tão grande, provavelmente fosse por que Sucupira era um pedaço do Brasil com toda sua variedade e riqueza cultural, Dias Gomes chegou a dizer que sua dúvida era se o Brasil é uma grande Sucupira ou seu microcosmo".
Uma das marcas de maior destaque do seriado – bem como na novela – era a tripologia popular. O autor concentrou numa cidade do interior figuras representativas de tendências, comportamentos e características comuns a modos de vida presentes em todo o país.
O Bem Amado sofreu vários cortes da censura. Um dos casos de maior repercussão ocorreu em 1982, quando a Divisão de Censura da Policia Federal cortou a seguinte frase de Odorico Paraguaçu: “não tivesse eu jurado fazer de Sucupira uma democracia, mandava botar todos eles num pacote e jogar no mar”.
Eventualmente os cenários do seriado mudavam quando Odorico Paraguaçu viajava para outras regiões brasileiras , sempre em nome de sua intensa atividade política.
Com o falecimento de Janet Clair, em novembro de 1984, Dias Gomes passou a escrever a novela Eu Prometo (1983), com isso a sobrecarga no autor fez com que a série passasse a ser mensal e mesmo assim a Globo pensou em cancelar a série devido a sobrecarga de trabalho à qual Dias Gomes estava sendo submetido. Mas um abaixo-assinado manteve a série por mais um ano. Seu último episódio foi ao ar no dia 9 de novembro de 1984.
A História.
A história da telenovela, que teve continuidade na série, girava em torno do Prefeito Odorico Paraguaçu (Paulo Gracindo) e da sua meta administrativa prioritária na cidade de Sucupira, litoral baiano, a inauguração do cemitério municipal. Maquiavelicamente, o prefeito armava tramas para que morresse alguém na cidade, tentando sempre baixar a expectativa de vida em Sucupira, mas era sempre mal sucedido. Nem as diversas tentativas de suicídio do farmacêutico Libório (Arnaldo Weiss), tiroteios na praça, crimes, ossadas encontradas e a chegada do Zeca Diabo (Lima Duarte), um cangaceiro matador, lhe proporcionam a realização do sonho. Bastava Odorico iniciar o seu discurso descomunal e Gracindo dava um show banhado de expressões inexistentes ou difíceis como: "talqualmente", "invencionices", "merecedências" e "democradura".
De um lado o prefeito era apoiado pelas irmãs Cajazeiras: Dorotéa, Dulcinéa, Judicéa (Ida Gomes, Dorinha Duval, Dirce Migliaccio) e seu secretário Dirceu Borboleta (Emiliano Queiroz), lembrado por seu jeito sossegado de falar. De outro, tinha que lutar com a forte oposição liderada por Donana Medrado (Zilka Salaberry), a delegada de polícia e os integrantes do jornal local.
Outro destaque da série era o Cangaceiro arrependido Zeca Diabo que brilhantemente interpretado por Lima Duarte logo foi entrando no gosto popular.
No seriado, o progresso finalmente chega a Sucupira. Com a abertura do regime militar, o autor pôde tirar suas críticas perspicazes e bem-humorada das entrelinhas e abordá-las de forma mais clara. Com isso, tratou de temas difíceis de serem tratados na época da exibição da novela. No episódio “A inflação está morta, viva a inflação”, Odorico Paraguaçu encontra-se em duas situações difíceis. Primeiro recebe uma denúncia de que uma rede de “muambistas, cocainistas e maconhistas”, como o próprio personagem descreve, estava atingindo Sucupira. O prefeito realiza então uma operação “desentoxicante e desintoxicológica”, mas só acha açúcar no carregamento suspeito. Depois Odorico elabora um plano para combater a inflação: aumentá-la para 300%. Decidido a conversar com o Ministro do Planejamento, ele acaba preso junto com Zeca Diabo, depois que os dois forçam a entrada na Câmara dos Deputados em Brasília.
O Filme.
Com direção de Guel Arraes e roteiros do próprio com Cláudio Paiva, foi lançado o filme O Bem Amado em 2010. No filme, após o assassinato do prefeito de Sucupira por Zeca Diabo (José Wilker), uma disputa política entre Odorico Paraguaçu (Marco Nanini) e Vladimir (Tonico Pereira) pelo cargo vago tem início. Odorico vence a eleição e toma posse como prefeito, recebendo sempre o apoio das irmãs Doroteia (Zezé Polessa), Dulcineia (Andréa Beltrão) e Judiceia (Drica Moraes). Uma de suas promessas é construir o primeiro cemitério da cidade, depois precisa encontrar um meio para o cemitério seja inaugurado.
Elenco
Paulo Gracindo ..... Odorico Paraguaçú
Lima Duarte ..... Zeca Diabo
Emiliano Queiróz ..... Dirceu Borboleta
Ida Gomes ..... Dorotéia Cajazeira
Dirce Migliaccio ..... Judicéia Cajazeira
Kleber Macedo ..... Zuzinha Cajazeira
Carlos Eduardo Dolabella ..... Neco Pedreira
Fátima Freire ..... Tuca Medrado
Yara Côrtes ..... Delegada Chica Bandeira
Lutero Luiz ..... Lulú Gouveia
Suely Franco ..... Conchita
Ângela Leal ..... Bebel
Sumára Louise ..... Cremilda
Beth Castro ..... Miúda
Rogério Fróes ..... Vigário
Wilson Aguiar ..... Nezinho Do Jegue
Antônio Carlos Ganzarolli ..... Tião Moleza
AUTOR: INFANTV
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