PEYTON PLACE

Peyton Place ou A Caldeira do Diabo foi uma série de televisão norte-americana baseada no livro de mesmo nome, escrito por Grace Metalious, que chegou a vender mais de sessenta mil cópias somente nos primeiros dez dias do seu lançamento nos Estados Unidos e assim permaneceu na lista de best-seller do New York Times por 59 semanas.

O livro segue a vida de três mulheres solitárias, a reprimida Constance MacKenzie, sua filha ilegítima chamada Allison e sua amiga Selena Cross, numa pequena cidade do interior, descrevendo toda a hipocrisia, desigualdade social e o privilégio de classe, num conto que também inclui incesto, aborto, adultério, luxúria e assassinato.

Mais tarde o livro virou também um controverso filme, dirigido por Mark Robson e estrelada por Lana Turner, Lee Philips, Lloyd Nolan e Arthur Kennedy, entre outros, em 1957, que se tornou a segunda maior bilheteria do cinema nos Estados Unidos, no ano de 1958.

A história do filme tem início em 1941, num lugar chamado Peyton Place, onde a maioria das pessoas trabalha numa fábrica de tecidos, frequentam igrejas de diversas religiões diferentes e as crianças de famílias abastadas estudam numa boa escola secundária.

Nesta cidade vive a adolescente Allison Mackenzie e sua mãe, a viúva Constance, que possui uma loja e tem uma empregada que cuida de sua casa. Allison se torna a melhor amiga da filha da empregada chamada Selena, que mora junto com seu irmão e um padrasto alcoólatra.

O melhor amigo de Allison se chama Norman e é um rapaz reprimido por uma mãe opressora. Um certo dia, porém, Allison e Norman são confundidos com um outro casal que nadavam nus num riacho próximo da cidade.

Rapidamente as notícias chegam à cidade e aos ouvidos de Constance e também na mãe de Norman e assim, ao chegar em casa Allison discute com sua mãe, que acaba fazendo grandes revelações, fazendo com que ela sai de casa de sua mãe e vá para Nova Iorque morar sozinha. Quase um ano mais tarde, Allison regressa à Peyton Place, quando Selena confessa um crime e está para ser julgada.

O filme foi tachado de subverter os famosos melodramas hollywoodianos, enfrentou forte censura, mas também abriu caminho para outros filmes, ao desmascarar a hipocrisia dos habitantes de uma pequena cidade do interior dos Estados Unidos, ao esconder seus “pequenos segredos” como adultério, estupro e suicídio.

Apesar disso, o filme foi muito bem recebido pela crítica especializada e também foi indicado para diversos prêmios importantes do Oscar daquele ano, bem como pelo Globo de Ouro e outros prêmios. Curiosamente, como se a vida imitasse a arte, dez dias após a cerimônia de entrega do Oscar, a vida da atriz Lana Turner se transformou num escândalo nos jornais.

A filha adolescente de Lana chamada Cheryl enfiou uma faca no estômago de um gangster conhecido por Johnny Stompanato, que era amante de Lana, matando-a após escutar numa discussão do amante ameaçando de morte a mãe. A adolescente não foi presa, mas foi colocada sob a guarda de sua avó. Lana Turner temia que a publicidade fosse terminar com sua carreira e rapidamente tratou de lançar o próximo filme “Imitation of Life” em 1959.

Nesse mesmo ano, a romancista Grace Metalious escreveu uma seqüência de Peyton Place denominada “Return to Peyton Place”, em 1959, que possuía os mesmos elementos da obra original. O livro foi também um sucesso, mas suas vendas não foram tão boas quanto as do seu antecessor.

Este livro também foi adaptado para o cinema, num filme de 1961, produzido por Jerry Wald e dirigido por Jose Ferrer, com roteiros de Ronald Alexander. O filme contou com Carol Lynley como Allison MacKenzie; Jeff Chandler como Lewis Jackman; Eleanor Parke como Constance Rossi e Robert Sterling como Mike Rossi, entre outros.

O sucesso dos dois filmes acabou gerando uma duradoura série de televisão denominada de Peyton Place, considerada como uma das primeiras “soap-opera” da história norte-americana, estabelecendo o primeiro drama tórrido, abrindo caminhos para as futuras séries como “Desperate Housewives” e “Twin Peaks”.

Para quem não está acostumado aos termos televisivos, “soap-opera” pode ser vista como um seriado composto por episódios que são transmitidos regularmente, tendo duas características principais: o desenvolvimento da história que se prolongam por vários episódios sequenciais, como uma telenovela e a outra característica é que produção inicia-se sem um calendário previsto para o seu término.

A série foi apresentada originalmente nos Estados Unidos, pela rede ABC, entre 15 de setembro de 1964 a 2 de junho de 1969, num total de 514 episódios, de aproximadamente 30 minutos cada, em cinco temporadas. No Brasil a série foi apresentada, se a memória não falhar, pela TV Record, durante essa mesma época (informação a ser confirmada), com o título de A Caldeira do Diabo.

O espetáculo foi filmado entre 1964 a 1966 em branco e preto e de 1966 a 1969, colorida. Ambas foram produzidas através da 20th Century Fox Television, desenvolvido por Paul Monash, tendo como tema de abertura a música “Theme from Peyton Place” composta por Franz Waxman.

A série também serviu de escada para o estrelado de Ryan O´Neil, Mia Farrow e David Canary. A trama do espetáculo narrava os acontecimentos de num pequeno lugarejo chamada Peyton Place, na cidade de New England, local onde se escondiam alguns segredos importantes e escândalos de duas gerações dos habitantes da cidade.

Triângulos amorosos entre os principais personagens e suas conseqüências, mães solteiras, prostituição, adultério e outros assuntos denominados proibitivos na época eram os temas abordados constantemente neste espetáculo.

Também foi um dos primeiros espetáculos de televisão a falar de sexo mais abertamente e tratar assuntos como a infidelidade de uma forma mais honesta. Devido a sua temática, a ABC começou a exibir a série somente por volta das 21:30 horas, horário em que a maior parte das crianças e adolescente já estavam na cama. Mas, por outro lado, isso também ocasionava de certa forma uma baixa na audiência em 1968, então foi movido para as 20:30 horas para angariar um público mais jovem.

TRILHA DE ABERTURA:

Elenco Principal – Peyton Place

Dorothy Malone como Constance MacKenzie

Warner Anderson como Mattew Swain

Ed Nelson Doutor Michael Rossi

Mia Farrow como Allison MacKenzie

Ryan O´Neal como Rodney Harrington

Barbara Parkins como Betty Anderson

Kasey Rogers como Julie Anderson

Henry Beckman como George Anderson

Paul Langton como Leslie Harrington

Christopher Connelly como Norman Harrington

Patricial Breslin como Laura Brooks

Mary Anderson como Catherine Harrington

Frank Ferguson como Eli Carson

Kent Smith como Doutor Robert Morton

Tim O´Connor como Elliot Carson

Patrícia Morrow como Rita Jacks

James Douglas como Steven Cord

George Macready como Martin Peyton

Susan Oliver como Ann Howard

Anos mais tarde, na década de 70, a série foi reavivada com o nome de “Return to Peyton Place”, misturando alguns atores da série original com os novos, mas ela não teve a mesma repercussão que a anterior.

Return to Peyton Place foi apresentada originalmente nos Estados Unidos pela rede NBC, entre 3 de abril de 1972 a 4 de janeiro de 1974, num total de 425 episódios, de aproximadamente 30 minutos cada, em duas temporadas. A série não é uma adaptação do livro de mesmo nome, publicada em 1959, por Grace Metalious, mas sim um spin-off da série de televisão Peyton Place.

Elenco Principal – The Return to Peyton Place

Bettye Ackerman como Constance MacKenzie (1)

Susan Brown como Constance MacKenzie (2)

Katherine Glass como Allison MacKenzie (1)

Pamela Susan Shoop como Allison MacKenzie (2)

Lawrence P. Casey como Rodney Harrington (1)

Yale Summers como Rodney Harrington (2)

Ron Russel como Norman Harrington

Julie Parrish como Betty Anderson (1)

Lynn Loring como Betty Anderson (2)

Guy Stockwell como Dr. Michael Rossi

Josheph Gallison como Steven Cord

John Hoyt como Martin Peyton

Margaret Mason como Selena Cross Rossi

Grace Metalious nasceu como Marie Grace DeRepentigny no dia 8 de setembro de 1924, em Manchester, New Hampshire, Estados Unidos, numa família muito pobre e começou a escrever numa idade precoce. Depois se formou na Manchester Central Hight School, se casou com George Metalious, em 1943, e tornou-se uma dona de casa e mãe, continuando a viver na pobreza, mas continuando a escrever nas horas vagas.

Quando estava com seus 30 anos de idade, Marie começou a trabalhar num manuscrito que terminou um ano depois, em 1955, a qual ela dominou a obra de “The Tree and the Blossom”, mas achou que o nome era muito pesado para ser o título de um livro. 

Assim ela resolveu dar o nome de uma cidade como título ao livro e o primeiro nome a ser considerado foi “Potter Place”, que era o nome de uma comunidade real em New Hampshire.

Depois se deu conta que um nome fictício ficaria bem melhor, então ela e seu marido consultaram um Atlas e encontraram o nome da cidade de Payton, que ficava no Texas. Assim, eles resolveram trocar a letra “a” por “e” e deste modo nasceu “Peyton Place”.

Depois Marie conheceu um agente chamado M. Jacques Chambrum e apresentou a ele seus manuscritos, que ele os pegou e levou a três editoras, antes de ser aceita por uma pequena editora chamada Julian Messner, Inc. e o livro foi publicado no dia 24 de setembro de 1956, acompanhado de uma campanha publicitária e se tornou um dos livros mais vendidos daquele ano.

Com a venda do livro sua vida mudou bastante e eles foram morar numa nova casa e passaram a ter uma vida bem melhor economicamente falando. Posteriormente ela escreveu outros livros como: “Return to Peyton Place” (1959), “The Tight White Collar” (1961) e “No Adam in Éden” em 1963, mas nenhum deles alcançou tanto sucesso quanto Peyton Place.

Grace se tornou uma alcoólatra e morreu desse mal no dia 25 de fevereiro de 1964, aos 39 anos de idade. Segundo alguns autores ela teria comentado certa vez “... se eu tivesse que fazer tudo de novo, seria mais fácil ser pobre. Antes de ser bem sucedida, eu estava feliz como ninguém...”.

AUTOR: TV SINOPSE