CAGNEY E LACEY

A série Cagney e Lacey foi apresentada pela Rede CBS, nos Estados Unidos, entre 1982 a 1988 e é considerado um dos programas que mais provocaram discussão e controvérsias na história dos seriados de televisão. Embora sempre estivesse colocado entre os 25 programas mais assistidos da década de 80, a série levantou aclamação da crítica e provocou muitas controvérsias mostrando episódio ousados e corajosos, misturando gêneros e personagens e com narrativas estrategicamente bem preparadas.

A série era vista por muitas pessoas como a versão feminina de Starsky e Hutch, um seriado que mostrava a vida de dois detetives. Assim como eles, Cagney e Lacey eram detetives da polícia no encalço de criminosos pelas ruas de Nova Iorque, enquanto travavam outra batalha também em suas vidas. Mary Beth Lacey era casada e tentava ser uma boa esposa e mãe para sua três filhas, além de uma eficiente policial da cidade de Nova Iorque. Sua companheira era Christina Cagney, sozinha, ambiciosa e uma alcoólatra em recuperação. Apesar das duas terem estilos diferentes, não eram apenas companheiras de trabalho, mas as melhores amigas.

Criado pelas escritoras-produtoras Barbara Corday e Barbara Avedon em 1974, Cagney e Lacey foi inicialmente projetado para ser um filme de longa metragem, mas elas não conseguiram vender a idéia e assim apresentaram-na para as redes de televisão como uma série de grande potencialidade e foram repelidas novamente. Por volta de 1981, contando com alguns recursos, elas conseguiram fazer um filme de apresentação e voltaram a mostrar as redes de televisão, contando com a ajuda do co-produtor Barney Rosenzweig, na época marido de Barbara Corday, uma das criadoras do projeto.

Lacey e Cagney (Meg Foster)

Desta vez o filme causou uma boa impressão entre os dirigentes da rede e em 1982, finalmente estreou na Rede CBS de televisão, nos Estados Unidos. Porém, as dificuldades não pararam por aí, estavam somente começando. No filme de apresentação, a personagem de Christine Cagney era interpretada por Loretta Swit e o de Lacey por Tyne Daly. Como a Loretta estava indisponível, pois estava participando de um outro seriado, ela teve de ser substituída por Meg Foster e assim teve inicio a primeira temporada.

Como Meg Foster, havia interpretado anteriormente um papel de uma lésbica, num outro espetáculo, onde foi severamente criticada e acusada até de "masculina e agressiva", quase que imediatamente iniciaram-se as discussões dentro da CBS, que iam desde uma possível implicação jurídica de homossexualismo, até ameaças de cancelamento do espetáculo, caso Meg não fosse substituída.

Diante dessa condição, em outubro de 1982, Meg foi substituída por Sharon Gless, que presumivelmente era mais convencionalmente feminina e heterossexual. 

Não custa lembrar que estamos falando da década de 80, uma época ainda impregnada de muito preconceito. Outros conflitos se seguiram ao longo da história da série, principalmente quando se focalizava assuntos vitais das mulheres como estupro, incesto, aborto, câncer de peito e até pelo fato de mulheres estarem assumindo profissões (detetives e outros), até então considerados masculinos.

Na primavera de 1983, os executivos da CBS apresentaram aos produtores de Cagney e Lacey, apontamentos que mostravam baixas avaliações de audiência e novamente ameaçaram cancelar o espetáculo. Isto acabou gerando muitas cartas de protestos de espectadores por todo o país e até uma grande campanha para o não cancelamento da série. 

A Organização Nacional das Mulheres (The National Organization of Women) encabeçou essa campanha, o que provocou uma grande repercussão em revistas e jornais.

Diante disso, no outono de 1983, a CBS anunciou mais sete episódios que se iniciaram em março de 1984. Cagney e Lacey estavam de volta e permaneceram mais quatro temporadas no ar. Outro fato que foi também muito marcante, foi a exploração do alcoolismo pela personagem Christine Cagney. 

Os produtores chegavam a receber inúmeras cartas dos espectadores chamando a atenção ao fato de Cagney estar freqüentemente alcoolizada em momentos de tensão.

A interpretação de Sharon Gless retratando a descida de Cagney ao "fundo do poço", com o seu comportamento alcoólico, valeu a atriz um prêmio pelo seu desempenho. Cagney e Lacey deixou de ser apresentado pela rede em 1988, mas continuou durante algum tempo dentro da programação da rede Lifetime, que possuía uma grande audiência feminina. A série ganhou numerosos prêmios, inclusive o Emmy para Tyne Daly como Melhor Atriz de 1982-83 e 1983-84, entre outros.

TRILHA DE ABERTURA:

Elenco

Tyne Daly (Detetive Mary Beth Lacey)

Loretta Swit as Det. Christine Cagney (piloto)

Meg Foster (Detetive Chris Cagney – 1982)

Sharon Gless (Detetive Chris Cagney – 1982-1988)

Al Waxman (Tenente Bert Samuls)

Carl Lumbly (Detetive Mark Petrie)

Martin Kove (Detetive Victor Isbecki)

John Karlen (Harvey Lacey)

Sidney Clute (Detetive Paul La Guardia – 1982-1985)

Jason Benhard (Inspetor Marquette – 1982-1983)

Harvey Atkin (Sargento Ronald Coleman)

Tony La Torre (Harvey Lacey Jr)

Troy Slaten (Michael Lacey)

Barry Primus (Sargento Dory McKenna – 1984-1985)

Michael Fairman (Inspetor Knelman – 1984-1988)

Dan Shor (Detetive Jonah Newman – 1985-1986)

Stephen Macht (David Keeler – 1985-1988)

Dana & Paige Bardolph (Alice Lacey – 1985-1987)

Michele Sepe (Alice Lacey – 1987-1988)

Robert Hegyes (Detetive Manny Esposito – 1986-1988)

Paul Mantee (Detetive Al Corassa – 1986-1988)

Jo Corday (Josie – 1986-1988)

Stewart Coss (Kazak – 1986-1987)

Beverley Faverty (Beverley Faverty – 1986-1987)

Barry Laws (Tom Basil – 1986-1988)

Merry Clayton (Verna Dee Jordan – 1987-1988)

AUTOR: TV SINOPSE